(S. Sebastião, pintura de Boticelli)
A festa de S. Sebastião foi, durante muitos anos, a maior festa da paróquia a seguir à do Senhor dos Aflitos tendo direito a foguetório e banda de música. Sendo a festa do Senhor dos Aflitos no 1º de Setembro ficavam muito próximas no tempo e oneravam fortemente os fiéis. Pelo que, não sabemos em que data a festa de S. Sebastião passou a celebrar-se, de acordo com o calendário litúrgico, no dia 20 de Janeiro.
Muito provavelmente, seria pároco, à data dos acontecimentos, o padre Júlio Matias conhecido militante anti-republicano que, por decreto no Diário do Governo, no dia 4 de Março de 1913, é expulso do Distrito da Guarda por um ano.
A tenacidade do povo de Vilar Maior (publicado no Capeia Arraiana em 15 de Agosto de 2015)
Há 100 anos, no dia 15 de Agosto de 1915, dia da festa de S. Sebastião, em Vilar Maior, o povo, vendo negada a licença para a realização da procissão resolveu desafiar as autoridades civis realizando o cortejo.
A República, implantada em 5 de Outubro de 1910, enfrentou o poder da Igreja, publicando a Lei da Separação e impondo regras restritivas ao exercício do culto.
As procissões religiosas eram consideradas ajuntamentos ou manifestações na via pública, pelo que careciam de autorização prévia a conceder pelo administrador do concelho onde se realizassem.
Ocorrendo no dia 15, terceiro domingo de Agosto, a festa móvel de S. Sebastião em Vilar Maior, que tinha procissão, o pároco recusou-se terminantemente a requerer licença prévia ao administrador do concelho do Sabugal. Alegava o sacerdote que a festa não era dele, mas dos festeiros, pelo que, a haver requerimento, não cabia ao padre assiná-lo nem muito menos fazê-lo chegar ao Sabugal. Limitar-se-ia a presidir à procissão, se autorizada.
Os mordomos foram ao Sabugal requerer a competente permissão, mas o Administrador, vendo que o padre a não assinara, recusou liminarmente concede-la, por não ter sido peticionada por quem de direito.
Chegado o dia da festa, o padre disse missa em louvor de S. Sebastião e no final pediu ao povo para se resignar e abdicar da procissão, pois a falta da licença daria motivos às autoridades para aplicar sanções. Porém, mal o padre abandonou a igreja, as mulheres de Vilar Maior resolveram agir e pegaram nos andores e guiões e saíram à rua com eles, fazendo a procissão, rezando e entoando cânticos. Os homens acabaram por aderir à acção das mulheres integrando-se no cortejo que se fez com normalidade, ainda que em desafio à proibição das autoridades.
O acto do povo de Vilar Maior foi tomado como uma vitória face aos impedimentos republicanos para o normal exercício do culto e o jornal A Guarda, afecto às posições da Igreja, deu larga repercussão pública à digna posição do pároco e à tenaz acção dos seus paroquianos.
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